quarta-feira, 11 de agosto de 2010

De Correctione Rusticorum

pois é, por cá ando de volta. e como ainda recupero da minha digressão ao bloco operatório do Hospital de Barcelos, por casa vou ficando, ao sabor da sombra, das séries na tv e da fisioterapia. o que me dá imenso espaço para conversar no msn! eheheh. ainda há dias estava a falar com uma douta pessoa, e pelo azar que ela estava e ter nesse dia, veio ao de cima o normal comentário: «Vai á bruxa!» a que, normalmente e sem falhas, se segue o desabafo: «não acredito... mas respeito»... só faltou mesmo o «não acredito em bruxas...pero que las hay, las hay!». ficará para outra vez, por certo. e isto me despertou a curiosidade sobre o tema. normalmente, as pessoas têm (ou não) uma religião, seja ela mais ou menos espiritual, mais ou menos mística... mas em todas acaba sempre havendo uma componente oculta. uma certa mistura de religião com crenças populares antigas, com devoções exacerbadas... a mente das pessoas é ainda uma caixa de surpresas. e a bruxaria, nesse aspecto, não foge á regra: mesmo quando estava em cabo verde, onde existem várias «casas de mestre», os «bruxos» sempre contavam que qualquer bruxaria ou feitiço, só poderia ser quebrado com água benta, com rezas a Deus e aos anjos protectores, ás divindades e potestades... com cruzes feitas em madeira... uma amálgama de símbolos de diferentes proveniências e significados, que é transversal a quase todo o mundo, agora ainda mais pela propagação de uma religiosidade «new age» e difusa, através da internet e afins. uma espécie de religiosidade «a la carte» em que vamos á lista dos feitiços e contra-feitiços, e qual Harry Potter, escolhemos o que nos serve. é certo que o homem, não tendo bem a noção do que haja para além do físico, tampouco consegue compreender completamente o mundo em que vive. e, por vezes, acredita que outro alguem, tendo mais conhecimento daquilo que a ele está oculto, poderá ser uma ajuda. falamos aqui de superstição... e de autoindução. dizer agora. e este ou aquele acontecimento em que, inexplicavelmente aconteceu uma cura ou o contrario disso? bem, o facto de não saber explicar não implica que automaticamente passe a acreditar em poderes especiais de alguem para ajudar ou prejudicar outra pessoa por poderes ocultos...só se estivermos a falar de corrupção. Já muitos séculos atrás se falava dos costumes populares, muitos de origem celta, que punham os cabelos em pé aos primeiros missionários do norte da Peninsula Ibérica: druidismo, animismo, danças rituais, paganismo de origem romana... tudo ao molho. e dos mesmo problemas se fala hoje, basta ler o «De Correctione Rusticorum» de S.Martinho de Dume (séc VI) e fazer uma comparação com a religiosidade popular de hoje. Nem mais...nem muito menos. e estamos a falar de alguem que teve capacidade para mudar até o nome dos dias da semana (segunda Feira, etc), mas não conseguiu, nem ele nem ninguém até hoje fazer esquecer a crença em sabedoria oculta que é alimentada por fenómenos inexplicáveis da natureza.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

De volta

a vida dá muitas voltas, muitos passos em frente, atrás, para os lados... até passos oblíquos! ao fim de mais de um ano com muito para contar e pouco tempo para escrever, cá estamos de volta. vamos ver como corre este regresso. ainda não sei como está a minha capacidade de escrita. conto convosco, vão fazendo críticas, sugerindo, comentando. Um grande abraço... oblíquo!