segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Johann Wolfgang von Goethe

Os homens não se conhecem uns aos outros com facilidade, ainda que ponham nisso o melhor da sua vontade e das suas intenções


Porque há que contar sempre com a má vontade que tudo distorce.


Conhecer-nos-íamos melhor uns aos outros se não estivéssemos sempre a querer comparar-nos uns com os outros. 

Decorre daí que as pessoas fora do vulgar ficam em pior situação, porque, como as outras não chegam a poder comparar-se com elas, tornam-se alvo de demasiada atenção.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Hoc Post Hoc, Sed Non Propter Hoc.

ás vezes digo por bricadeira que já vivi muito. coitado de mim. mas tive a sorte de, em várias circusntâncias da vida, me ter cruzado com gente que, para o bem e para o mal, me ensinaram muitas coisas valiosas, que me ajudam ainda hoje.

Ainda hoje de manhã me lembrei de uma, que partilho convosco:

Um certo dia em Lisboa, nos meus tempos de militar, estava naqueles dias «não»: e, de súbito, numa certa tarefa, descubro que estavam a tentar prejudicar-me, de modo a obter benefícios proprios. ou dito de outra forma, tinham empurrado trabalho para mim, sem que eu soubesse ou estivesse minimamente a contar, e sem possibilidades de evitar. ao meu bom estilo, nada disse, mas por todos os meus poros se viam sair as cinzas de um vulcão.

passado pouco tempo, estava eu já a terminar essa súbita «tarefa adicional», o meu chefe, um sargento já em fim de carreira, veio-me chamar a atenção de algo que eu tinha deixado por terminar.
Não explodi. mas faltou pouco. mas, mesmo esquecendo a diferença hierárquica, tratei-o como se tudo o que me acontecesse fosse culpa dele.

Quando já estava a rebentar pelas costuras com a discussão ele disse-me isto, que faço por não esquecer:

«os problemas têm força magnética. quando estiveres com um, toma muito cuidado contigo e com quem está à tua volta. Senão, a um problema juntas outros. e tu, chateado, de certeza que não queres arranjar ainda mais chatices.»

Serviu-me por muitas vezes. ás vezes temos problemas, e achamos que por essa razão temos o direito a contaminar os outros com o nosso mau-humor. por vezes, imersos no nosso aborrecimento, tratamos os outros de tal forma que, acabamos arranjando ainda mais chatices com eles.

Por outro lado, as vezes temos chatices com alguém, e com toda a razão. não temos culpa de os outros estarem chateados. mas como diz a velha frase «no dia em que não te disser olá, será o dia em que mais preciso que mo digas».

Não percebemos sempre o que se passa à nossa volta. nem ninguém nos pode garantir que haja uma razão plausível para tudo. o certo é, porém, que há coisas que acontecem, e havendo razão ou não, devemos fazer-lhes face com algum estoicismo. Deixemo-nos trabalhar pelas dificuldades que nos aparecem...sem contudo nos deixarmos moldar por elas. aprendamos, sem nos deixarmos absorver.






MAS ÁS VEZES NÃO É FÁCIL...


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ele há coisas...

Há coisas que nos chateiam solenemente. uma delas é quando temos consciência de faltar aos compromissos! se é que actualizar um blog se pode chamar compromisso...
mas bem, cá estou. talvez agora venha por cá mais vezes, para espairecer. que isto de andar tantos dias sem tabaco ao fim de vários anos ainda me dá as voltas ao miolo... não é fácil.
mas estes dias, como ando mais sensível em termos de paciência, deu para me aperceber de certas coisas a que, numa situação normal, não daria tanta importância. e essas coisas são os pormenores comunicativos que acabam sendo fulcrais na relação entre as pessoas. ele há o que se diz, a maneira como se diz, a altura em que se diz, a pessoa a quem se diz...
num momento como o que atravesso, ando no fio da navalha... nelas todas. Haja paciência. para mim... e para os outros, que aqui ninguém é perfeito.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aqui houve nome Portugal

Por cá ando, em terras portucalenses, em nova adaptação a uma nova casa, uma nova comunidade, uma nova faculdade, muita coisa nova. eu é que já nao sei se sou novo para isto.
É o admirável mundo novo. vai-se descobrindo, estranhando, entranhando..., sempre com muita calma e estupidez natural!
Mas, não sei porquê, estes ultimos dias tenho andado mais em baixo, e até sem muitas razoes externas para tal. pode ser que seja o stress pós-férias... mas é uma sensação que a mim mesmo não me deixa muito confortável, sem força, sem iniciativa, sem raciocínio... sei lá. alguém que conheça os sintomas ou já tenha passado por isso? uma ajudinha dava muito jeito.
de resto, além da novidade inerente a todas as mudanças, não há muito mais a contar. ou melhor, é tudo demasiado novo para avaliar de momento. tivemos as jornadas missionárias, em que de uma forma leve e descontraída, porém comprometida, aproveitei para rezar, aprender, partilhar e descontraír. foi uma boa escapadela. venham mais dessas. no proximo fim de semana, aliás nos próximos fins de semana, estarei pela régua, a ajudar nas vindimas do seminário de Godim. é um sítio calmo e belo. mas como não vou para descansar, e sim para trabalhar, ainda melhor. aproveito e beleza e a calma, sem cair na preguiça! na volta terei muito mais para contar, até á proxima, rezem por mim.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

De Correctione Rusticorum

pois é, por cá ando de volta. e como ainda recupero da minha digressão ao bloco operatório do Hospital de Barcelos, por casa vou ficando, ao sabor da sombra, das séries na tv e da fisioterapia. o que me dá imenso espaço para conversar no msn! eheheh. ainda há dias estava a falar com uma douta pessoa, e pelo azar que ela estava e ter nesse dia, veio ao de cima o normal comentário: «Vai á bruxa!» a que, normalmente e sem falhas, se segue o desabafo: «não acredito... mas respeito»... só faltou mesmo o «não acredito em bruxas...pero que las hay, las hay!». ficará para outra vez, por certo. e isto me despertou a curiosidade sobre o tema. normalmente, as pessoas têm (ou não) uma religião, seja ela mais ou menos espiritual, mais ou menos mística... mas em todas acaba sempre havendo uma componente oculta. uma certa mistura de religião com crenças populares antigas, com devoções exacerbadas... a mente das pessoas é ainda uma caixa de surpresas. e a bruxaria, nesse aspecto, não foge á regra: mesmo quando estava em cabo verde, onde existem várias «casas de mestre», os «bruxos» sempre contavam que qualquer bruxaria ou feitiço, só poderia ser quebrado com água benta, com rezas a Deus e aos anjos protectores, ás divindades e potestades... com cruzes feitas em madeira... uma amálgama de símbolos de diferentes proveniências e significados, que é transversal a quase todo o mundo, agora ainda mais pela propagação de uma religiosidade «new age» e difusa, através da internet e afins. uma espécie de religiosidade «a la carte» em que vamos á lista dos feitiços e contra-feitiços, e qual Harry Potter, escolhemos o que nos serve. é certo que o homem, não tendo bem a noção do que haja para além do físico, tampouco consegue compreender completamente o mundo em que vive. e, por vezes, acredita que outro alguem, tendo mais conhecimento daquilo que a ele está oculto, poderá ser uma ajuda. falamos aqui de superstição... e de autoindução. dizer agora. e este ou aquele acontecimento em que, inexplicavelmente aconteceu uma cura ou o contrario disso? bem, o facto de não saber explicar não implica que automaticamente passe a acreditar em poderes especiais de alguem para ajudar ou prejudicar outra pessoa por poderes ocultos...só se estivermos a falar de corrupção. Já muitos séculos atrás se falava dos costumes populares, muitos de origem celta, que punham os cabelos em pé aos primeiros missionários do norte da Peninsula Ibérica: druidismo, animismo, danças rituais, paganismo de origem romana... tudo ao molho. e dos mesmo problemas se fala hoje, basta ler o «De Correctione Rusticorum» de S.Martinho de Dume (séc VI) e fazer uma comparação com a religiosidade popular de hoje. Nem mais...nem muito menos. e estamos a falar de alguem que teve capacidade para mudar até o nome dos dias da semana (segunda Feira, etc), mas não conseguiu, nem ele nem ninguém até hoje fazer esquecer a crença em sabedoria oculta que é alimentada por fenómenos inexplicáveis da natureza.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

De volta

a vida dá muitas voltas, muitos passos em frente, atrás, para os lados... até passos oblíquos! ao fim de mais de um ano com muito para contar e pouco tempo para escrever, cá estamos de volta. vamos ver como corre este regresso. ainda não sei como está a minha capacidade de escrita. conto convosco, vão fazendo críticas, sugerindo, comentando. Um grande abraço... oblíquo!